PARA REFLETIR

quarta-feira, 29 de julho de 2009

"CÉU DOS FAVORITOS - O BRASIL DE SARNEY A COLLOR". QUALQUER SEMELHANÇA, PRA MIM, NÃO É MERA COINCIDÊNCIA


QUALQUER SEMELHANÇA É MERA COINCIDÊNCIA

A Lama do Brejal

A corrupção não é uma nódoa que manche a biografia de alguns governos e de outros não. Todos os governos são corruptos — uns mais, outros menos, aqui e em qualquer parte.

O exercício do poder, especialmente no âmbito da administração pública, facilita e estimula as falcatruas. No caso, o que diferencia os governos é o comportamento que seus titulares mais graduados adotam em face de denúncias sobre corrupção.

O governo do Presidente José Sarney foi, no mínimo, leniente em relação às suspeitas, denúncias e aos episódios concretos de corrupção. Operou como um inexpugnável muro de insensatez: as denúncias pipocavam por toda parte, esbarravam nele e ficavam, depois, por isso mesmo.



Por falta de iniciativa, o governo sofreu um pesado desgaste em sua imagem pelo que fez e pelo que não fez, pelo que deixou que fizessem e pelo que impediu.

O Ministro Bresser Pereira [da Fazenda] denunciou que foram fraudados os números da balança comercial do país no final de 1986 — e não aconteceu nada.

O jornalista Jânio de Freitas, do jornal Folha de São Paulo, antecipou os resultados da concorrência fraudada para a construção da ferrovia Norte-Sul — a concorrência foi anulada mas, ninguém foi punido.

Houve importação irregular de alimentos na época do Plano Cruzado — nada se apurou depois.

Elmo Camões só pediu demissão da presidência do Banco Central quando se tornou público o escândalo da distribuidora de títulos comandada por um filho dele que tinha acesso a informações privilegiadas e que acabou sob intervenção.

Descobriu-se, então, que o próprio Camões continuava sócio da distribuidora.

Na ocasião, Sarney aconselhou-o a ajudar, primeiro, o filho para só depois se preocupar em ficar ou sair do Banco Central.

Fora os casos de corrupção, o governo institucionalizou a esperteza como método de administração e patrocinou memoráveis trapalhadas.

(Extraído do livro "Céu dos Favoritos - O Brasil de Sarney a Collor", lançado em maio de 1990. O livro pode ser encontrado na seção Publicações do Noblat, aí no alto desta página. E pode ser baixado.)




MINHA OPINIÃO:

Passaram-se 19 anos e o texto acima é adequadíssimo para nossa política. E pensar que todos os brasileiros têm a convicção que o Senador José Sarney é DONO DO MARANHÃO. Acordem pessoas, o Maranhão ficou pequeno para este senhor. Hoje o considero dono da Nação, pois é o político de maior "influência" especialmente junto à Presidência da República.

Então nos atermos a propagar que Sarney é dono do Maranhão, nos solidarizarmos apenas com os maranhenses é pensar pequeno, é "tapar o sol com a peneira". O Presidente do Senado, nascido em Pinheiro - MA, se fez político e sua trajetória na política se deu na esfera federal, em especial como Presidente da República e depois como Senador eleito pelo estado do Amapá. Claro que suas raízes estão no MA, sua terra é essa, mas daí a dizer ser ele o dono do Maranhão é muita inocência, pois o que vemos diariamente é que o Sr. José Sarney, hoje, tem mais poder que nunca.

Percebemos que ele está inserido na política nacional desde o fim do regime militar com práticas condenáveis, sendo, no mínimo "leniente em relação às suspeitas, denúncias e aos episódios concretos de corrupção. Operou como um inexpugnável muro de insensatez: as denúncias pipocavam por toda parte, esbarravam nele e ficavam, depois, por isso mesmo" (conforme dito no texto).

E por que não lembrar da frase dita por ele em meio à crise do Senado: ''Contra injustiças, só silêncio, paciência e tempo''. E o Senador José Sarney é isso: Age quando não está em evidência e recua ao ser notado!

FIQUE DE OLHO!!!

Um comentário:

  1. Semelhança entre Sarney e Collor? Ao que eu me lembre, Collor sofreu impeachment mesmo após ter renunciado e não teve absolutamente nada provado contra ele nos tribunais. Mesmo assim a mídia e os "esquerda-populistas" não recuaram até quase dizimar o ex-pesidente. Será que veremos a reprise do filme de condenação antecipada, sem direito a julgamento, defesa e todo o resto?

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