PARA REFLETIR

terça-feira, 18 de agosto de 2009

EM TEMPOS DE MENTIRAS DESCARADAS: “CUIDEMOS DA LIBERDADE, QUE A VERDADE CUIDARÁ DE SI MESMA”

QUEM ESTÁ DIZENDO A VERDADE?

Dilma Roussef é acusada de tentar interferir na investigação contra Sarney. A Ministra nega. Os políticos são um dos poucos grupos que ainda não decidiram se mentir é uma virtude ou um vício.

NO PLANALTO - A ex-secretária da Receita Lina Vieira (à dir.) diz uma coisa. Lula e Dilma enxergam fantasia e mentira na acusação dela

Há séculos, filósofos debatem se é possível fazer política sem mentira. Otto von Bismarck, primeiro-ministro da Prússia no fim do século XIX, unificador da Alemanha, chegou a chanceler por meio de uma mentira. Em 1870, ele recebeu um telegrama escrito pelo embaixador da França propondo uma negociação entre as duas nações. Bismarck, defensor da guerra, alterou o texto, cortou frases inteiras e transformou o aceno de paz em uma declaração de hostilidade. Vieram a guerra, a vitória da Prússia e a unificação dos estados alemães. A revelação da farsa tempos depois maculou a imagem do herói que passou à história por defender abertamente a ideia de que um estadista precisa ter a mentira como arma legítima. Felizmente, com o triunfo das sociedades democráticas veio a intolerância com a mentira, mas nem isso tirou dela o papel central que exerce na prática política. Pergunte, por exemplo, ao presidente Lula o que ele pensa sobre o presidente do Congresso, senador José Sarney. Pergunte a alguns petistas de alto coturno o que eles realmente acham da candidatura da ministra Dilma Rousseff. As respostas serão políticas ou técnicas, mas elas mais esconderão do que revelarão. Isso é mentira? No mundo real, sim. Na política de todos os tempos, é apenas esperteza, inteligência ou habilidade. O pecado não está propriamente em mentir, mas em ser pego na mentira. Será? No Brasil de hoje, nem isso.

O senador José Sarney, por exemplo, disse em plenário que nunca usou o poder para beneficiar amigos e parentes – e segue tranquilamente no comando do Senado. Alguns senadores de oposição juram de pés juntos que não existe o chamado "acordão" para esconder as irregularidades no Congresso debaixo do tapete – e seguem fazendo de conta que lutam pela moralidade. A ministra Dilma Rousseff tem como regra negar peremptoriamente qualquer fato que a envolva de forma negativa – mesmo quando as evidências se voltam totalmente contra ela. Por essa razão, talvez, mesmo quando o ônus da prova é de quem a acusa, a ministra parece estar, se não mentindo, pelo menos omitindo alguma coisa. Isso é o que se vê agora, com sua negativa de que tenha se reunido com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira para tentar interferir em uma investigação do órgão contra a família Sarney. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, na semana passada, a ex-secretária contou que, no fim do ano passado, foi chamada ao gabinete da ministra, no Palácio do Planalto, e ela pediu que a investigação sobre as empresas da família Sarney fosse concluída rapidamente. Lina disse ter interpretado o pedido como uma ordem para encerrar o trabalho. Por ter se recusado a cumpri-la, foi demitida. Cabe a Lina provar o que afirmou e reafirmou. Esse é o ponto de vista não apenas legal, mas também ético da questão. Entretanto, do ponto de vista político, infelizmente o que vale mesmo são as aparências.



MINHA OPINIÃO:

A mentira é inerente à nossa política. E o que é pior, sem ela é difícil chegar ao poder. Numa declaração extraída de um manifesto do partido nazi de 1920 em certo ponto afirma: “Exigimos que sejam legalmente perseguidos aqueles que propagam e disseminam mentiras políticas através da imprensa.”

Hoje vemos o Presidente da República incitando, de forma escancarada, os seus aliados a cometerem tal "crime". A Ministra-Chefe da Casa Civil, o Presidente do Senado, e assim por diante. Todos estão caindo em total descrédito perante a opinião pública. Aí lembro: eles estão se lixando para a opinião pública. Afinal o Bolsa-Família resolve qualquer mal entendido, não é mesmo?

O que concluir, então, sobre a complicada relação entre a verdade e a política? Que é exagerado o receio de que a mentira possa por si só destruir a política democrática, e que devemos desconfiar daqueles que nos prometem uma política em absoluto livre de mentira. Todavia, embora um certo nível de mentira seja tolerado pelas sociedades livres, não se pode negar que, passado um certo ponto, a desconfiança de todos em relação a todos pode minar os seus fundamentos.

Voltando a nossa realidade sempre é bom lembrar que a Ministra Dilma aprendeu, na cadeia, que a mentira pode ser o preço da sobrevivência física. Já no poder ela descobriu que negar a verdade é também o preço da sobrevivência política.

Pronto. Falei demais e já tinha prometido a mim mesma que seria mais objetiva, mas é complicado isso. Não sou profissional (jornalista) e utilizo o blog como forma de "vomitar" meus pensamentos. Enfim, para fechar só quero ratificar que o importante é não abolir completamente a mentira da política, mas fortalecer o sentido crítico dos cidadãos e garantir que eles possam se expressar em condições de liberdade.

RESUMINDO: “Cuidemos da liberdade, que a verdade cuidará de si mesma” (Richard Rorty).

FIQUE DE OLHO!!!

Um comentário:

  1. ... Nosso site não fala de politica! e sim da internet! site: http://wingooll.webs.com/ twitter: http://twitter.com/Wingooll

    por:
    ~Equipe Wingooll

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